09 junho 2008

Eu Transeunte

Eu caminhante, nós caminhantes
Pelas ruas, calçadas, becos
Passo

Sem destino, objetivo, finalidade
Meta
Passo

Por árvores vigilantes, postes abstratos
Cães abandonados, humanos vadios que ladram.
Não paro, sempre
Passo

Breves acenos de mãos que mal se conhecem
Que não se reconhecem.
Nada disso importa os meus eus passam

Por sinfonias de automóveis, pardais, sabiás
(o quê me importam, nem sei distingui-los)
Caminho vagarosa física inconsciente intelectualmente
Mente?
Se avançar é antônimo de recuar
Na prática não são tão diferentes.
Passo

Sob os orbes em suas eternas coreografias elípticas,
Sobre os paralelepípedos irregulares das ruas antigas
Pelas estações, pela ausência de estações.
Passo
E os outros passam,
Imateriais, irreais,
Por mim, por eles.

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