23 abril 2009

Entre a rua e a mídia

Quebro o meu silêncio (e o faço com esse clichê discursivo) para manifestar o meu prazer ao ter assistido hoje (22 de Abril) em matéria do Jornal Nacional a discussão entre o Ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa e o "Supremo Presidente" do mesmo tribunal, Gilmar (Dantas) Mendes.

Como antes dito, assisti a tal embate no Jornal Nacional. O que isso significa? Explico: O JN é o principal jornal da rede Globo. Essa por sua vez integra segundo Paulo Henrique Amorim, o PIG (Partido da Imprensa Golpista) juntamente com a Folha de São Paulo e a Veja. Ou seja, esses três "grandes e influentes" veículos/ empresas de comunicação agem ridiculamente para desmoralizar o Governo Federal, da Polícia Federal e de todos aqueles que se colocam frente aos escusos interesses de uma classe dominante quase caquética, mas ainda vivente. Em suma, ter assistido essa notícia no JN afeta certamente a nossa compreensão, até porque foi explícito o sentido de desaprovação e reprimenda adotado pelo William Bonner ao comentar as infelizes declarações do agora irresponsável Joaquim Barbosa.


Assisti, portanto, a “quentíssima” (sensacionalistas gostam desse tipo de superlativo) discussão no youtube, que felizmente faz “recortes” menos vexatórios e contempla perspectivas diferentes das instrucionais. Não obstante fiz questão de recorrer aos blogs jornalísticos (o Conversa Afiada, por exemplo) e ao site da Folha Online. Nesse último a matéria traz inclusive o vídeo do ocorrido, mérito que, aliás, deve ser reconhecido por oferecer ao leitor o contato “direto” com a fonte. Mas chamo a atenção para o texto e faço aqui recortes para melhor ressaltar o sentido depreciativo implícito em relação ao ministro Barbosa. Falo aqui de palavras como “acusou”, “atacar” e do trecho “Em tom irônico, o Barbosa disse que o presidente do STF agiu com a sua tradicional "gentileza" e "lhaneza". Mendes reagiu ao afirmar que Barbosa é quem deu "lição de lhaneza (lisura)" ao tribunal. "Vamos encerrar a sessão", disse Mendes para encerrar o bate-boca.”


Mais uma pergunta retórica. A imagem de quem é construída como vitima nessa notícia? Gilmar Mendes, óbvio. Ele sai como o pobre vitimado, ofendido e humilhado quando na verdade só tentava se defender dos ataques ferozes e imponderados de Joaquim Barbosa... Ô coitado! É importante lembrar também que até o dia de ontem pelo menos o ministro Barbosa tinha a imagem “do responsável” pelo término da farra dos mensaleiros. A imprensa constrói e destrói heróis, isso se faz necessário. O antes “bom” negro Barbosa é o mais novo eleito.


Neste momento só quero ver se “As meninas do Jô” vão por essa discussão na mesa... E viva os defensores do “factual” e da "objetividade" como características divinas e inerentes ao jornalismo.


O "fato" no Estadão:

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ministros-do-stf-batem-boca-durante-sessao,358909,0.htm


O mesmo "fato" na FolhaOnline:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u554762.shtml





Um comentário:

Henrique Hemidio disse...

Eu particularmente gostei mais da "vc não está falando com o seus capangas do MT"

mas omito minha opinião
pois se trata de um debate antigo e complicado, já muito discutido pelo STF que eu não faço a mínima noção do que se trata... e repito as palavras de Reinaldo Azevedo... "Gilmar Mendes é um homem que está ciente das complexidades do seu cargo"... E Joaquim Barbosa não fica atrás nesse ponto... entretanto, Gilmar Mendes tem que deixar essa truculência